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Cineclube Nanook: Chuva é cantoria na aldeia dos mortos
1 - junho - 2023 | 16:00 - 20:00
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O Cineclube Nanook promove, na sala 7A da Faculdade de Comunicação da UFBA, a exibição do filme “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” (2018), dirigido por Renée Nader e João Salaviza. A sessão acontece na próxima quinta-feira (1º), a partir das 16h, e o debate, às 18h, será transmitido ao vivo pelo canal do cineclube no YouTube.
A sessão integra o ciclo Corpos traçados pela luz: (r)existências e corporificações do ser, que tem como objetivo exibir e debater documentários que abordem a complexa trama entre o mundo e o corpo, um escopo que privilegie em primeiro plano a dimensão do corpo e as formas de ser e existir no mundo. O ingresso é gratuito, mas condicionado ao preenchimento de um formulário online. Quem comparecer estará concorrendo ao sorteio de uma camiseta exclusiva.
“Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” é uma obra híbrida que traz uma narrativa ficcional sobre luto e pertencimento, mas tecida documentalmente no contexto do cotidiano e das tradições do povo Krahô, na Aldeia Pedra Branca, no Estado de Tocantins, no Brasil Central. O filme narra a jornada de Ihjãc, um jovem Krahô que, após a morte de seu pai, tem visões que o perturbam e o levam a confrontar seu próprio destino. Com esta obra, a brasileira Renée Nader e o português João Salaviza levaram oito premiações, dentre elas o prêmio especial do júri do Festival de Cannes de 2018, o que os deu força para voltarem a Cannes este ano com um novo filme, a Flor do Buriti (2023), também sobre os Krahô, com quem Renée Nader trabalha desde 2009.
A exibição será seguida por um debate com duas convidadas: a jornalista e pesquisadora em cinema documentário Raquel Salama, que mediará a conversa, e a jornalista portuguesa e crítica de arte Alexandra Martins. Elas irão aprofundar as discussões sobre os temas abordados no filme, como ancestralidade, espiritualidade e a relação das figuras indígenas com seu ambiente e suas tradições. “É um cinema de constituição de figuras, que não estabiliza identidades subjetivas e/ou coletivas. Tais figuras são inconfundíveis e absolutamente singulares, é um trabalho de individuação e diferenciação para afirmar a universalidade das vidas que passam umas nas outras, e que são detectadas por esse cinema-vidente de Nader e Salaviza, como pelo xamã-intercessor”, defende Alexandra Martins.
Quem são as convidadas?
Membro da equipe de curadoria do ciclo atual do Nanook, Raquel Salama é graduada em Jornalismo pela UFBA, possui vasta experiência em cinema documentário, dirigiu o média Janela de Samba (2005), exibido em mostras e festivais e como jornalista, assessorou o lançamento do documentário Alimento, Direito ou Mercadoria? (2010), de Patrícia Antunes, pela Cáritas. Atualmente, desenvolve pesquisa de doutorado sobre o som como elemento de mise en scène na narrativa fílmica documental de temática indígena, pelo Póscom/UFBA.
Alexandra Martins é doutoranda em Estudos Artísticos – Arte e Mediações na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Universidade Nova de Lisboa), sob orientação do Professor José Bragança de Miranda, colaboradora do jornal Público (Portugal) e de festivais de cinema como Porto/Post/Doc e Curtas Vila do Conde. Em 2021, Alexandra escreveu (em coautoria com Luís Lima), o artigo “Cristais Cinemáticos em Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, problematizando as relações entre os regimes de percepção das ontologias ameríndias, nomeadamente dos Krahô, e a fenomenologia do cinema, destacando a “corporeidade indígena Krahô” e sua abordagem no filme.
Qual é a ideia?
O Cineclube Nanook acontece toda primeira quinta-feira de cada mês, em formato híbrido. Em ciclos temáticos, o evento tem como objetivo oferecer um espaço de aprendizado e experiências acerca do universo do cinema documentário. Trata-se de um projeto de extensão desenvolvido por integrantes do núcleo Nanook, de estudos do cinema documentário, vinculado ao Laboratório de Análise Fílmica (LAF), um grupo de pesquisa em cinema e audiovisual do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (Poscom), da UFBA. Coordenado pela professora Morgana Gama, pós-doutoranda do programa, e supervisionado pelo prof. José Francisco Serafim, o projeto tem, desde agosto de 2021, o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA.
V Ciclo – “Corpos traçados pela luz: (r)existências e corporificações do ser”
A proposta deste ciclo é exibir e debater documentários que abordem a complexa trama entre o mundo e o corpo, um escopo que privilegie em primeiro plano a dimensão do corpo e as formas de ser e existir no mundo. O corpo é resultado da integração entre as dimensões sociais, culturais e biológicas. Essa concepção supera a visão de corpo fragmentada difundida nos espaços escolares e engloba abordagens relacionadas às relações de gênero, étnico-racial, religião, estereótipos e das práticas corporais de movimento. Assim, os debates serão feitos com a interface cinema e corpo em vários contextos, buscando refletir sobre como os filmes estão abordando o corpo nas suas mais diversas representações.
Serviço:
O quê: Cineclube Nanook – V Ciclo (Sessão Chuva é cantoria na aldeia dos mortos)
Quando: Quinta, 1º de junho, às 16 horas.
Onde: Sala 7A da FACOM/UFBA, em Ondina, com transmissão do debate pelo Canal do LAF no Youtube
Quanto: Gratuito