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CINEMATÓGRAFO SONHOS DE LIBERDADE: REPRESENTAÇÕES DO TOTALITARISMO STALINISTA E NAZISTA
11 - janeiro - 2016 | 16:30 - 12 - janeiro - 2016 | 20:30
Evento Navegação
UNIVERSIDADE FEDERAL DE BAHIA
FACULDADE DE DIREITO DA UFBA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
OFICINA CINEMA-HISTÓRIA
Grupo de Pesquisa do Projeto Sonhos de Liberdade
CINEMATÓGRAFO SONHOS DE LIBERDADE
REPRESENTAÇÕES IMAGÉTICAS DO TOTALITARISMO STALINISTA E NAZISTA
Local: Sala da Congregação da Faculdade de Direito da UFBA
Coordenador: Professor Dr. Jorge Nóvoa
Pesquisadores: Diana Reis, Vanessa Marques, Rafael Cavalcanti, Ximena Araújo e Caroline Nilo
Mesa de Abertura: Professor Júlio Rocha, Professor Jorge Nóvoa
Conferencista: Professor Kristian Feigelson (Universidade de Paris – Sorbonne, Departamento de Cinema)
Exibição e debate dos Filmes A Confissão (de Costa Gavras de 1970) e Danúbio (Peter Forgács)
Dia 11 de janeiro, às 16h 30
A CONFISSÃO, filme de Costa Gavras de 1970, baseado no romance de Arthur London (autobiográfico e realizado a partir de fatos reais), o filme narra a história de Anton Ludvik, membro do Partido Comunista Tcheco-eslovaco e vice-ministro das Relações Exteriores, que após ser seguido por desconhecidos é preso sem justificativa. Torturado psicológica e fisicamente, ele é, aos poucos, informado de que está sendo acusado de espionagem e de atentar contra o Estado. Anton, um político fiel ao governo, vê-se forçado a se declarar traidor e a confessar crimes que não cometeu. O filme retrata a contradição entre as sociedades ditas democráticas e a repressão às críticas a suas ideologias, revelando-se assim, ditaduras totalitárias.
Serão analisadas também imagens do filme Solovkis de 1927 pelo Professor Feigelson.
(https://www.youtube.com/watch?v=HSiomANScCA). Este filme de propaganda de 90 minutos de chamado SLON foi realizado em 1927 por Tcherkasov nas ilhas Solovkis, para mostrar a vida dos primeiros presos do Gulag. Cerca de 80.000 pessoas foram presas em 1923, em 1938, neste acampamento localizado a cerca de 150 km do Pólo Norte neste arquipélago de ilhas do Mar Branco. Metade dessas pessoas morreram no acampamento. Ele prefigura todo sistema concentracionário soviético.
Dia 12 de janeiro, às 18h
O Êxodo do Danúbio, filme de 60 minutos de Peter Forgács de 1998, todo feito filmes da época realizado por amadores, procura reconstruir através do diário de viagem o êxodo dos judeus da Eslováquia pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. Em dois barcos, um grupo de 900 judeus eslovacos e austríacos tenta alcançar o Mar Negro pelo rio Danúbio, e de lá seguir para a Palestina. Como base para esse documentário, um dos documentos mais importantes usados por Forgács foi aquele dos amadores de Nándor Andrásovits, capitão de um dos barcos. Andrásovits filmou seus passageiros enquanto eles rezavam, dormiam e até mesmo se casavam. No final da jornada, fica claro que o barco não retornará vazio: um êxodo às avessas acontece: desta vez para repatriar alemães bessarábicos fugindo da invasão soviética da Bessarábia para uma Alemanha que os havia enviado colonizar aquelas terras como se fossem soldados voluntários. Ao fugirem de lá, da invasão soviética e ao retornarem à pátria alemã, estarão vulneráveis às “novas” leis nazistas que os considerarão “desertores”.
Serão também analisadas imagens do filme Theresienstadt de 1944 pelo Professor Feigelson
https://www.youtube.com/watch?v=PYvuJ4xhftI Também conhecido como O Fuehrer dá uma cidade para os judeus, é um filme de propaganda nazista em preto e branco, mudo, realizado em 1944 por Kurt Gerron atendendo ordens das autoridades nazistas e concluída em 1945 por Karel Pečený. Considerado como “o cúmulo do cinismo, da manipulação e o exemplo mais perniciosa do cinema nazista”, é o segundo filme nacional-socialista, e mais “notável” do ponto de vista da elaboração que pretendia mostrar para as autoridades da Cruz Vermelha Internacional que as pessoas que lá se encontravam eram felizes e viviam bem. Foi na verdade um campo de concentração, o único que os nazistas decidiram “embelezar”. É também o único mudo (com algum tratamento sonoro) existente sobre os campos de concentração nazistas, ele passou a ser chamado de Hollywood Campo Concentração. O filme inteiro é considerado perdido na sua versão integral, chegando até nós apenas fragmentos.