A educação superior brasileira, embora tenha passado por grande crescimento nos últimos anos, tem enfrentado inúmeros problemas de ensino nas mais diversas áreas, inclusive na Computação. Trata-se de problemas relacionados, por exemplo, a concepções epistemológicas ou problemas didático-metodológicos. Na comunidade de pesquisa em Educação em Computação, o ensino superior tem sido investigado, dadas as dificuldades dos professores em encontrar formas metodológicas alternativas para tornar as disciplinas mais interessantes aos estudantes. Entre as disciplinas investigadas, estão aquelas que exigem alto nível de abstração, como as que envolvem Teoria da Computação, Linguagens Formais e Autômatos, cujo conteúdo é fundamental aos estudantes de quase todos os cursos de graduação em Computação.

Pesquisadores afirmam ser indispensável aos professores conhecer as características individuais e coletivas dos estudantes, suas experiências e conhecimentos prévios. Acredita-se que há relação entre os procedimentos didáticos e os grupos psicológicos dos estudantes. Nesse sentido, esta pesquisa teve o objetivo de analisar as relações entre procedimentos didáticos utilizados no ensino de Teoria da Computação, Linguagens Formais e Autômatos e diferentes grupos psicológicos de estudantes de graduação em Computação. Para alcançar esse objetivo foi realizado um levantamento sobre os recursos computacionais e procedimentos didáticos utilizados para ensinar conteúdos relacionados à Teoria da Computação, Linguagens Formais e Autômatos. Em seguida foram identificados os procedimentos didáticos utilizados para ensinar conteúdos relacionados à Máquina de Turing e os grupos psicológicos dos estudantes, por meio de observação participante em turmas da disciplina de Teoria da Computação da Universidade Federal da Bahia.

A partir dos dados coletados, foi possível constatar a existência de relações entre os procedimentos didáticos utilizados e os grupos psicológicos dos estudantes. Esses resultados podem contribuir à escolha de procedimentos didáticos mais adequados às características psicológicas dos estudantes; bem como apoiar novas perspectivas teóricas ou metodológicas capazes de fundamentar o desenvolvimento de novas abordagens, procedimentos e tecnologias para o ensino de Computação.